até as dez e tantas, tava tudo tranquilo. meu irmão, minha cu, aimée e eu. tava divertidinho, todos admitindo as coisas vergonhosas que ouviam, e cantando roupa nova (que é a minha coisa vergonhosa, prontofalei). diego chegou quase onze horas, e o bode começou aí. quase uma hora esperando na barreira que os guardinhas de preto do metrô fizeram. diego conosco, seguimos para o shopping light. mal dava pra andar na rua, imagina comer? muita batata e aquele milkshake do mcdonalds que tem gosto de cremogema. fomos encontrar a veruska e o junior. muita gente mesmo, olha o bode crescendo. desistimos de assistir camelo, fomos pro palco rock assistir camisa de venus. ninguém gostava muito, mas pelo menos a gente não ia achar que era a hora da naninha. eu tive a brilhante idéia de ir na frente, abrindo caminho. pensa em muita gente. pensou? tava pior. a gente tava quase na metade do caminho pro palco quando um cadeirante me atropelou. sério. não querendo ser preconceituosa, mas que raios faz um cadeirante se enfiando no meio da multidão? aliás, não só cadeirantes, mas gente com criança de colo. é, nenenzinho, mesmo. coisas que estão além da minha compreensão... mas, enfim, depois de eu ter sido atropelada, a gente resolveu sair de lá e voltar só umas quatro~cinco horas, pra pegar um lugar bom no show do matanza. vamos pra anchieta, né? tem uns djs legaizinhos lá. o problema foi chegar até lá. quer dizer, tentar chegar, porque na realidade nós não chegamos. e o motivo foi aquela merda daquela pista de psy. foi um empurra-empurra infernaaal, quase caí no chão, tomamos banho de vinho - e espero que seja só vinho - cada um acabou indo pra um lado, e a aimée se perdeu. nem precisa dizer que eu e o diego ficamos desesperados, né? nos enfiamos na muvuca mais umas quatro vezes tentando procurá-la, e nada. pra ajudar, ela não atendia o celular. diego se sentindo o maior culpado, porque ele estava mais preocupado em não me soltar, e dando semi-chiliques. minha paciência já tava chegando ao seu limite. finalmente ela retorna minhas ligações, e todos nós nos encontramos de novo. só que, né? bodiamos. grande. muita gente junta, mal educada, ruas fedendo, caras escrotos tentando agarrar a gente, pés imundos de serem pisoteados, um inferno. voltei pra casa às cinco horas, extremamente irritada - como ainda estou -, cansada, mau-humorada, dolorida e sem assistir o único show que me interessava, como boa matanzete que sou. meu irmão me chamou à uma da tarde, hoje, pra voltar. mas neeem se tiver chovendo dinheiro! malzaê zeca, malzaê novos baianos, malzaê maria rita.
post grande e necessário, pra eu ler toda vez que eu pensar na possibilidade de ir de novo à esse raio de virada cultural.