19.4.09
the road that got me here
de repente senti saudade. e, o melhor, de coisas dignas de se sentir saudade. coisas que eu nem me lembrava mais, coisas que eu, dentro da minha estupidez, substituí por outras lembranças muito menos valiosas. aquela gargalhada de tirar o fôlego que eu nunca mais dei; aquelas brincadeiras pra assustar os outros que funcionaram bem até demais; aquelas conversas desconexas na porta da sala de matemática; o nosso antigo ritual que envolvia livros, futebol, esconderijo e solidão; tantas e tantas vezes chorar ao ouvir iris; quando gostar de alguém e apenas isso era o suficiente; o meu relacionamento mais sincero - que nem ao menos teve um beijo, mas nós não precisávamos disso. saudade de quando tudo era mais fácil. quando o riso saía mais facilmente. quando o tédio não existia, quando pensar em alguém já era o suficiente para ter sonhos bons. saudade de ter sempre com quem contar, independente de dia, hora, lugar, motivo. saudade que eu estava sufocando há muito e que agora, sem nenhum motivo aparente, veio à tona, tão intensa como se tudo isso ainda estivesse acontecendo. mas, há muito, muito tempo, não está.
julia fregnani © 2009-2010