20.1.09

fronteiras, limites e outras questões

eu não ando sabendo mais qual o limite entre a auto-preservação e a insensibilidade. e isso é algo realmente estranho pra alguém que passou a vida inteira (estranho falar a vida inteira quando se tem só 17 anos, mas enfim...) acorrentada à uma necessidade de sentimentos extremos. minha saudade eu já vi que tem limites bem curtos, só não imaginei que diante da morte de alguém eu continuaria indiferente.
eu olhava pra minha mãe e a via inconsolável e uma série de pensamentos desagradáveis - pra ela - passavam pela minha cabeça. não consigo entender, ainda, como a morte dele pode ter a afetado tanto. certo, melhores amigos de adolescência, mas e o agora? sem mais telefonemas, sem mais contato... quantos anos eles não se viam? as pessoas estão em constante mudança, ele certamente não era mais quem ela lembrava ser. já era como se ele estivesse morto pra ela, não era?
eu não sei ao certo o que isso é. já pensei ser auto-preservação. decididamente, esse ano que passou me fez vestir uma armadura pra não me machucar como antes, mas acho que ela seria desnecessária nesse caso. insensibilidade... é, seria uma grande ironia do destino.