eu digo e repito pra quem quiser ouvir: me manda pro inferno e eu vou de boa, mas não me manda pra cursinho. cursinho pré-vestibular é uma merda. tem todo tipo de babaca. me ouviram? não, não me ouviram. fizeram o quê? me mandaram pro maldito cursinho. fui, né? não tenho meus dezoitinhos ainda, então tenho que obedecer mamãe. mas eu juro – EU JURO! – que o esforço que eu faço pra não deixa a minha ironia em mode ON é gigante. eu não sei que tipo consegue ser o pior. tem aqueles babacas que ficam tentando completar a frase do professor antes dele acabar e balança a cabeça positivamente pra tudo o que ele fala. tem aqueles que querem mostrar conhecimento de todas as maneiras possíveis e, logicamente, acabam falando muita merda. tem um garoto específico que paga tanto de eu-sou-cult-eu-manjo-horrores-de-literatura que me irrita absurdos. tudo ele opina, tudo ele já leu, faz seu comentário medíocre e fica com aquela cara de emoticon (H). ridículo. ah, lá no meu cursinho, eu mudei meu conceito de burrice. sempre achei que uma pessoa burra era só alguém sem instrução, alguém que não pôde estudar, ou com algo do tipo. não se iludam, não é. porque lá tem um cara que você vê que é uma pessoa que teve instrução. já foi pra frança, lê milhões de livros maaas – sempre tem um “mas” – não entende lhufas do que lê. sempre que a professora fala de algum livro e péde uma opinião, ele dá e é sempre tão explicitamente errada que dá até dó. a professora olha pra ele com o mesmo olhar que eu, que diz como é que você pode ser burro? você tem tudo pra ser um gênio. e tem mesmo. nesse caso eu dou risada, mas chega à dar pena. e tem outro caso que também dá pena, mas só depois de eu ficar extremamente irritada: uma garota, dessas ativistas em prol da causa dos pobres, que vê em tudo um motivo pra falar deles (até na coisa mais absolutamente nada a ver), mas que é tão burrinha, mas tããão burrinha que eu me pergunto se ela num é uma grande piadista e tá tirando uma com a cara de todo mundo. de verdade. os professores não aguentam mais ela, porque ela faz eles pararem explicação a cada vírgula, pedindo pra explicar melhor. falta só falar dá pra explicar como se eu tivese 6 aninhos? se bem que eu acho que alguém de 6 aninhos entenderia mais facilmente… ah, claro, sem contar que eu estudo com o carlton e com o quinto hermano. e com um porquinho-da-índia gigante que vai prestar física e anda pra cima e pra baixo com uma garrafa – pet – de cocacola cheia de água e eu tenho certeza que mais hora menos hora ele vai pegar uma arma e sair atirando em todo mundo daquela sala. ele me dá medo, de verdade. o ponto positivo é que eu me sinto einstein lá. dá um up no ego.
julia fregnani © 2009-2010